Alcides Aguiar Caminha, carioca boêmio, ilustrou e vendeu cerca de 500 trabalhos desenhados em preto e branco com tamanho de 1/4 de folha ofício e de 24 a 32 páginas que eram vendidos dissimuladamente em bancas de jornais, devido ao seu conteúdo porno-erótico, ficando conhecidos como "catecismos" e chegaram a tiragens de 30.000 exemplares. Casado desde os 25 anos, com Dona Serat Caminha teve 5 filhos e sempre escondeu de toda a família sua atividade paralela de desenhista e aposentou-se como funcionário público do setor de Imigração do Ministério do Trabalho. Sua identidade somente se tornou pública em uma reportagem da Revista Playboy que foi publicada em 1991, um ano antes de sua morte.

Autodidata no desenho e concluinte do curso de segundo grau somente quando tinha 58 anos, manteve o anonimato sobre sua verdadeira identidade por temer ter seu nome envolvido em escândalo o que lhe traria problemas por se tratar de funcionário público submetido a Lei 1.711 de 1952 que poderia punir com a demissão o funcionário público por "incontinência pública escandalosa" e retirar os proventos com os quais mantinha a família.

Os "catecismos" eram desenhados diretamente sobre papel vegetal, eliminando assim a necessidade do fotolito, e impresso em diferentes gráficas em diferentes Estados, gerando, inclusive, diversos imitadores. Em 1970, durante a ditadura militar, foi realizada em Brasília uma investigação para descobrir o autor daquelas obras pornográficas que chegou a prender por três dias o editor Hélio Brandão, amigo do artista, mas que terminou inconclusa.

Além de seus trabalhos como ilustrador Alcides Caminha foi compositor, inscrito na Ordem dos Músicos do Brasil e parceiro de Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho, com quem compôs quatro sambas para a Mangueira, entre eles os sucessos: Notícia, gravado por Roberto Silva na década de 50, e A Flor e o Espinho.

Em 1992 recebeu o prêmio HQMix, pela importância de sua obra. Após sua morte teve um trabalho publicado como homenagem póstuma em 1997 na capa e no encarte do cd "Barulhinho Bom" da cantora Marisa Monte. Em 1998, as vinhetas de abertura e intervalos do Video Music Brasil 1998, da MTV Brasil foram claramente inspiradas nos folhetins de sua obra.



Fonte: Wikipédia




Carlos Zéfiro soube como ninguém retratar o sexo como ele o é na vida real, sem falsos pudores, sem hipocrisia, com tesão, com poesia, não respeitando nenhum tabu e desvendando-nos todas as fantasias.


8 comentários:

  1. Rafael Kafka disse...

    Foi longe Paty, adorei ehehe, Zérfiro era brilhantemente pervertido rs!  

  2. Anônimo disse...

    Parabéns linda Patuska, não apenas pela matéria super bacana sobre o Zéfiro como tb pela beleza e extremo bom gosto neste novo blog de sua persona.
    Um beijo gostosa!!!  

  3. Cadinho RoCo disse...

    Estas publicações chegavam aqui em Belo Horizonte e eram conhecidas como revistinhas de sacanagem.
    Cadinho RoCo  

  4. Patrícia Gomes disse...

    Zéfiro é o nosso Milo Manara... E olhe que ele começou bem, mas bemm mais cedo, né?!! ;oD
    Bjão, rafa!!  

  5. Patrícia Gomes disse...

    Deb's, prazerzão te ler por aqui, linda!!! Espero continuar acertando nas minahs postagens...
    Beiijos, linda!!!  

  6. Patrícia Gomes disse...

    Pois é, Cadinho, mas imagino isso aos olhos de uma sociedade já um tanto quanto hipócrita na década de 60... rs
    Obrigada pela visita e comentário!!  

  7. Moacy Cirne disse...

    Minha cara: tive a sorte de contribuir para a "solução do mistério" Carlos Zéfiro, em 1991. Eu e o Juca Kfouri, através da revista Playboy. Mas essa é uma longa história... Em tempo: não conhecia esse seu blogue. Parabéns sapor sua criação. Beijos.  

  8. Patrícia Gomes disse...

    Moacy!!! Que bom tê-lo por aqui também... Esse está fresquinho, é novinho em folha! ;oD
    E eu adoro longas histórias, tenha certeza de que quero saber dessa! ;oD

    Beijos e um Feliz Natal pra ti!  



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